Filhos do Espaço
Mas vós, filhos do espaço,
Vós, os inquietos no repouso,
Vós não caireis em armadilhas nem sereis domesticados.
Vossa casa não será uma âncora mas um mastro.
Não será uma fita reluzente que recobre um ferimento,
Mas a pálpebra que proteje o olho.
Não dobrareis as asas para poder atravessar as portas,
Nem curvareis as cabeças para não bater nos tetos,
Nem retereis vossa respiração para não sacudir e abalar as paredes.
Pois, aquilo que é ilimitado em vós
Mora no castelo do firmamento
Cuja porta é a bruma da aurora e
Cujas janelas são os cânticos e o silêncio da noite.
Khalil Gibran